segunda-feira, 15 de março de 2010

Novamente o Covo...E MacGyver com o canivete suiço

Depois de quase um anito sem remar os velhadas voltaram ao rio...



EO RESGATE EM VIDEO



Há algum tempo que estava combinado. O Jorge tinha um caiaque ainda com a etiqueta da loja dos trezentos, mas esperávamos que se reunissem as condições fundamentais para o reencontro com o líquido: Àgua em barda, Alívio das mazelas físicas próprias da idade e um sol do camandro. Na realidade decidimos que já não nos dá grande gozo apanhar com água na cachimónia durante as descidas, até porque as artroses dão logo sinal. Ìa quase incluindo a 4ª condição associada à escassez do saldo bancário, mas depois de ouvir a entrevista do Sócrates ficámos a saber que estamos perto da entrada directa na revista "Forbes".
Sem muitas dores, com perspectivas de água em barda e um sol do camandro, lá fomos todos contentes para o Côvo, um dos rios predilectos. Curiosamente, mesmo depois das chuvadas ininterruptas deste inverno, o rio tinha menos água do que as últimas descidas que tínhamos aí realizado. Deu para passar tudo, para o Jorge reconhecer que entre o seu antigo submarino e o seu caiaque novo com outra volumetria, a sua generosa massa corporal , estava mais tempo ao ar. Percebemos também que o Pedro não tem falta de acuidade auditiva, o barulho da água é que é muito intenso para os seus ouvidos.








O insólito aconteceu logo após uma passagem com um final algo retentivo. Uns metros mais à frente um pequeno desnível sem aparente dificuldade e o caiaque empancou num estranho bloco. Ficou atravessado e, com a força da água não deixava desbloquear, e rapidamente fiquei com água pelo peito. Decidi sair e esperar pela ajuda do Pedro e do Jorge. Corda daqui, puxão dacoli e o caiaque, farto de tanto abanão, decidiu esconder-se bem encostado ao leito do rio e desapareceu (literalmente) para debaixo dum enorme calhau. Dizer ao Pedro que teríamos de deixar ali o barco, seria espetar uma faca no seu ego de Macgwyver irredutível. Lá o consegui arrancar à força do local, mas notei na sua deprimida cara um “Isto não fica assim!...”.



Voltámos com menos um caiaque no atrelado mas não deixámos que esse episódio nos boicotasse um dos momentos mais importantes: o repasto pós rio. Parámos em Stª Combadão e, todos os restaurantes pareciam estar fechados. Todos, excepto a tasca da tia Alice, que nos presenteou com uma chanfana caseira a 5 euros a dose.
E o caiaque???...coitadinho, ali debaixo de água???...No momento em que trincava a chanfana, Macgwyver, já congeminava o resgate.
3 dias depois, lá fomos, agora sem o Jorge, munidos do …canivete suíço, e mais umas coisitas para ajudar a pescar a lampreia cor-de-laranja.



3 DIAS DEPOIS...

Voltámos ao local do desaparecimento, desta vez munidos com mais algum materialzito. Pedro MacGyver já tinha tudo pensado, mesmo para as mais difíceis contingências. Metemos os menires às costas em forma de mochilas e arrastámo-nos até ao rio. O caiaque, que não se via, por apalpação verificámos que tinha a presa da frente partida. Nada que desmoralizasse o mestre, que pôs todos os conhecimentos de engenharia do desenrascaço em acção. Ventas no líquido, amarração ao nível, cabo esticado, e trifor a funcionar. O peixe saiu logo à primeira, em perfeito estado e bem lavadinho. A lamentar apenas, que já no início do regresso, MacGyver tenha despoletado a sua hérnia discal adormecida, acabando a caminhar empenado até ao carro. A sua honra de Mestre do desenrasca, essa, voltou a não sair empenada...


MAcGyver resolve apenas com 1 canivete...
...e mais algumas coisitas...



Apanhar Lampreias à dentada?...MacGyver resolve!!!

Onde está o caiaque?...no final da corda...


Missão Impossível? Nunca para Macgyver!

5 comentários:

Pedro Sentieiro disse...

Fantástico...excelente curta-metragem.. adorei...queria mandar umas bocas mas gastei o meu sentido de humor a visualizar a história...

Jbras ws disse...

Mais uma grande aventura .. vocês são infernais..
Um abraço da malta da Figueira .

Miguel Sentieiro disse...

Já disse à malta da Figueira que ainda os levamos para o rio connosco...
Abraço

Cristina Feliciano disse...

Pois tu és um espectaculo a escrever!! Até parece que lá estamos... com a vantagem de não passar frio nem ficar com as hérnias a dar sinal! Parabéns por mais essa aventura!

Miguel Sentieiro disse...

Obrigado Cristina, mas tenho mesmo de ver se arranjo alguém que me substitua na descrição de novas aventuras, porque os meus costázios dão-se cada vez menos com estas estaladas fluviais...