Com a vontade reforçada pela falta prolongada de líquido nos rios e depois de uma semana chuvosa, decidimos rumar em direcção ao minho. Desta vez, para variar, fomos os três artríticos, porque mais uma vez os outros a quem falámos tinham artroses maiores ao nível das capacidades volitivas, encobertas com razões extremamente válidas como pagaias partidas, afazeres familiares, pragas de pulgas nos cães, fuga dos piriquitos para o Botswana e vejam só...falta de dinheiro( eh,eh,eh).
Chegámos a Melgaço e dirigimo-nos à pousada da Juventude. Uma das características marcantes do avanço da idade cronológica (maneira simpática de dizer "envelhecimento carunchoso"), além dos cabelos brancos, das dores por tudo o que é articular, da surdez progressiva, está na clarividência da observação das condições ideais de conforto. Como tal, vamos perdendo essa capacidade de achar grande piada às noites idílicas de acampamento junto ao rio, à volta da fogueira, a tentar secar os fatos debaixo de chuva e, de forma incompreensível, começamos a dar mais valor a uma caminha quentinha, num quarto quentinho e um banho quentinho. Recebidos por uma moçoila de fartos atributos, verificámos que éramos os únicos a usufruir daquele fabuloso espaço, com solo em madeira e aquecimento central, a preço de campismo. A juventude não aproveita, aproveitam os jovens mais seniores…
Na primeira noite, fui surpreendido por um estranho fenómeno. Acompanhado por um ruído de progressiva intensidade, começou uma vibração ao nível do subsolo, que punha tudo a abanar. “Pedro! Estás a ouvir isto?” perguntei incrédulo e temendo o pior cenário dos livros do Asterix. “Jorge! Estás a ouvir isto?” perguntou o Pedro ao Jorge. Curiosamente, quando o Jorge acordava, a vibração parecia diminuir. Foi então que percebemos que aquele fenómeno sísmico com cerca de 7 graus na escala de Riscther tinha o seu epicentro no nosso quarto da pousada, mais precisamente dentro da cama do Jorge. Rapidamente transportei o colchão para o hall (até hall tinham os quartos…) para tentar dormir, um pouco mais protegido da expansão sísmica produzida pelo aparelho respiratório do meu amigo Jorge (já dizia o ditado “com amigos destes….”). O Pedro juntou-se a mim no abrigo anti-terramoto cerca das 4 da matina, facto que merece um louvor especial, por ter aguentado aquele abalo mais três horas do que eu.
No dia seguinte atordoados pela atribulada noite, fomos até ao rio Mouro. E foi no caminho para esse rio que começaram as dissertações do Pedro sobre os atributos da arquitectura minimalista. E como Melgaço era rica em termos de casas minimalistas. Análise daqui, paragem acoli, fotografia acolá, acompanhadas sempre por abalizadas opiniões sobre as formas rectilíneas das habitações ao que se seguia sempre a pergunta: Mas porque raio chamam a estes monte de cubos sobrepostos casas minimalistas? …Lá fomos em direcção do Mouro, um rio que tínhamos feito há cerca de um ano em cheia e prego a fundo, facto que inviabilizou uma apreciação mais calma dos encantos do mesmo. Seria desta vez. O caudal parecia o ideal e o sol queria romper entre as nuvens. Conseguimos encontrar um taxista que nos fizesse o retorno do carro, mas parece que o tipo tinha poucos conhecimentos de orientação e a espera foi longa. Demasiado longa para os delicados pezinhos dentro das botas gélidas. Depois de algumas corridas e saltos, os pezinhos continuavam empedernidos e foi então que ouve alguém que optou pela solução mais javardolas. Decidiu unir o útil ao agradável. O útil, materializado pela vontade de fazer uma mijoca; o agradável pela vontade de aquecer o peúgo. Solução? Despender o caloroso líquido urinário (vulgo mijinha) para o interior de cada uma das botinhas. À primeira vista parece repugnante, mas não sabem como aquilo soube bem… Parece-me mesmo que se ouviram as risadas de contentamento do dedão do pé.
Chegámos a Melgaço e dirigimo-nos à pousada da Juventude. Uma das características marcantes do avanço da idade cronológica (maneira simpática de dizer "envelhecimento carunchoso"), além dos cabelos brancos, das dores por tudo o que é articular, da surdez progressiva, está na clarividência da observação das condições ideais de conforto. Como tal, vamos perdendo essa capacidade de achar grande piada às noites idílicas de acampamento junto ao rio, à volta da fogueira, a tentar secar os fatos debaixo de chuva e, de forma incompreensível, começamos a dar mais valor a uma caminha quentinha, num quarto quentinho e um banho quentinho. Recebidos por uma moçoila de fartos atributos, verificámos que éramos os únicos a usufruir daquele fabuloso espaço, com solo em madeira e aquecimento central, a preço de campismo. A juventude não aproveita, aproveitam os jovens mais seniores…
Na primeira noite, fui surpreendido por um estranho fenómeno. Acompanhado por um ruído de progressiva intensidade, começou uma vibração ao nível do subsolo, que punha tudo a abanar. “Pedro! Estás a ouvir isto?” perguntei incrédulo e temendo o pior cenário dos livros do Asterix. “Jorge! Estás a ouvir isto?” perguntou o Pedro ao Jorge. Curiosamente, quando o Jorge acordava, a vibração parecia diminuir. Foi então que percebemos que aquele fenómeno sísmico com cerca de 7 graus na escala de Riscther tinha o seu epicentro no nosso quarto da pousada, mais precisamente dentro da cama do Jorge. Rapidamente transportei o colchão para o hall (até hall tinham os quartos…) para tentar dormir, um pouco mais protegido da expansão sísmica produzida pelo aparelho respiratório do meu amigo Jorge (já dizia o ditado “com amigos destes….”). O Pedro juntou-se a mim no abrigo anti-terramoto cerca das 4 da matina, facto que merece um louvor especial, por ter aguentado aquele abalo mais três horas do que eu.
No dia seguinte atordoados pela atribulada noite, fomos até ao rio Mouro. E foi no caminho para esse rio que começaram as dissertações do Pedro sobre os atributos da arquitectura minimalista. E como Melgaço era rica em termos de casas minimalistas. Análise daqui, paragem acoli, fotografia acolá, acompanhadas sempre por abalizadas opiniões sobre as formas rectilíneas das habitações ao que se seguia sempre a pergunta: Mas porque raio chamam a estes monte de cubos sobrepostos casas minimalistas? …Lá fomos em direcção do Mouro, um rio que tínhamos feito há cerca de um ano em cheia e prego a fundo, facto que inviabilizou uma apreciação mais calma dos encantos do mesmo. Seria desta vez. O caudal parecia o ideal e o sol queria romper entre as nuvens. Conseguimos encontrar um taxista que nos fizesse o retorno do carro, mas parece que o tipo tinha poucos conhecimentos de orientação e a espera foi longa. Demasiado longa para os delicados pezinhos dentro das botas gélidas. Depois de algumas corridas e saltos, os pezinhos continuavam empedernidos e foi então que ouve alguém que optou pela solução mais javardolas. Decidiu unir o útil ao agradável. O útil, materializado pela vontade de fazer uma mijoca; o agradável pela vontade de aquecer o peúgo. Solução? Despender o caloroso líquido urinário (vulgo mijinha) para o interior de cada uma das botinhas. À primeira vista parece repugnante, mas não sabem como aquilo soube bem… Parece-me mesmo que se ouviram as risadas de contentamento do dedão do pé.
Depois do taxista dar com o caminho lá descemos o Mouro. Um esplendoroso rio, que se foi descobrindo e desfrutado com alegria. A qualidade das imagens de vídeo, faz-nos perceber o grau evolutivo do artista. A união entre imagens muito pequenas, desfocadas, tremidas e com um certo grau de nebulosidade, dão ao realizador um cunho artístico situado na confluência do surrealismo com o minimalismo cúbico e o estrume do buvino. Se têm dúvidas da qualidade apreciem AQUI (VIDEO) a fabulosa obra de arte cinematogáfica. Pedro Scorcese mudou o seu pseudónimo para Pedro Minimalismo Obscurantista. (Ponham o volume bem alto para perceberem a magnitude do sismo que assolou Melgaço). O video é pesado, como tal o melhor é deixá-lo correr uma 1ª vez e só depois vê-lo de seguida.
Depois da saída do rio, percebemos que vinham uns espanhóis colados a nós. Um deles ainda teceu comentários depreciativos ao avantajado caiaque do Pedro, mas olhando para a volumetria do utilizador, cedo compreendeu…
O melhor momento do dia é sempre quando se retiram as vestes húmidas para dar lugar ao tecido sequinho e nos pomos a imaginar o repasto que vai ser triturado pelas nossas carentes mandíbulas. Nada melhor do que em Melgaço, uma tasca encostada à igreja, onde ainda tivemos tempo de assistir ao jogo do Benfica para não sair derrotado da luz, perante o olhar benfiquista e desconsolado do Jorge. Depois do bife, recolha aos luxuosos aposentos e preparação para um novo sismo. Desta vez foi o próprio sismo que se sujeitou ao abrigo anti-terramoto, afinal estava em minoria.
No dia seguinte, depois do pequeno almoço, percebemos que o tempo tinha mudado. Era vento e chuva com fartura, acompanhados por uns apelativos trovões. Tínhamos programado o rio Vez e, em todo o caminho, para além de discussões sobre o minimalismo arquitectónico, pôs-se a hipótese de abortar a descida. O panorama de despir a roupa sequinha à chuva e mergulhar no rio à chuva quase nos demoveu dos nossos objectivos. Mas não!!! Os velhadas, não se negam mesmo perante condições adversas!...apesar de nos ter apetecido muiiiiiito….
Encontrámos no ponto de partida uma malta que pensávamos ser espanhola, e que ocupavam o único local coberto e onde poderíamos equipar com algum conforto. Pedro logo pôs em acção a sua veia poliglota e lançou um “nosotros estiamos esperiando qui vosotros se dispiam!”…o silêncio deles deu a entender uma expressão do género “o que é que este gajo está a dizer?”.
Quando me aproximei deles e me preparava para ouvir castelhano, ouço um tipo a falar português. Pertenciam a um clube de Braga e iam descer aquele troço. Malta porreira que tal, como nós, não deveria bater com todos os cilindros e que se prestou a meter-se debaixo da intempérie.
Descemos apenas os dois primeiros rápidos juntos e depois despedimo-nos porque nós ainda tínhamos de fazer uma longa viagem. O Pedro, sabe-se lá porquê (eu sei mas não digo), meteu o freio nos dentes e foi por ali abaixo ajudado pela sua pagaia minimalista e nós a ver se conseguíamos acompanhar o ritmo meteórico da sua remada. Fizemos a etapa em 50 minutos, com a grande vantagem de não se ter tempo para qualquer realização de filme versão minimalista.
Acabámos em beleza na mesa do Valente em Ponte de Lima, a trincar o polvo grelhado e a vitelinha assada. Que melhor se pode querer?....
A propósito, eu já tinha falado da arquitectura minimalista?...É que são casas muito engraçadas…
Ó Pedro! Ó Pedro! Afinal parece que já podes trocar de pagaia, ouvi dizer que nos vão aumentar os salários 20%...
Eh,Eh, Eh,...Foi o Sócrates que prometeu!....
Um comentário:
Colocamos no YouTube o Video da descida de domingo, 13 de Janeiro.
http://br.youtube.com/watch?v=y9NvMuDRJ-c
Também fizemos uma descrição "sucinta" dos factos mais relevantes do dito dia no nosso Blog em:
http://18-e-companhia.blogspot.com/
Desculpem qualquer coisinha, eh eh eh! Até uma próxima oportunidade (que esperamos que aconteça brevemente) e cumprimentos para a rapaziada do PERA (PorEssesRiosAbaixo)
18&Cia.
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